
- Joseph Cardijn
A Juventude Operária Católica (JOC) foi fundada em 1925, em Bruxelas, Bélgica, por iniciativa do sacerdote belga Joseph Cardijn, oriundo de uma família operária. O movimento rapidamente se expandiu para outros países e, em 1957, foi instituído o Movimento Internacional Jocista (JOCI), também sob a liderança do Padre Cardijn.
A missão da JOC é “a libertação dos jovens trabalhadores; ser testemunha da presença libertadora de Jesus e do projeto de Jesus Cristo no seio da classe operária.” A nossa missão é evangelizadora. Para nós o anúncio de Jesus Cristo é inseparável do compromisso e luta pela libertação e dignidade dos jovens do meio operário. Procuramos que cada jovem assuma a sua vida de forma livre, consciente e responsável; descubra o seu lugar no mundo e na Igreja e aí se torne protagonista. Somos um Movimento educativo e de ação. É pela ação e pelo assumir de tarefas e responsabilidades refletidas em grupo que nos vamos formando.
Integrada na Ação Católica, a JOC desenvolveu uma abordagem da fé mais voltada para a realidade social, distinguindo-se de outras iniciativas dentro da Igreja Católica. O seu propósito era ensinar os jovens trabalhadores a viverem uma vida plena e digna, ao mesmo tempo que se tornavam um corpo representativo na defesa dos direitos dos operários. Assim, cada membro da JOC deveria atuar como um apóstolo no meio operário, construindo a sua formação através da ação, seguindo a metodologia do “Ver, Julgar e Agir”.
Durante a Segunda Guerra Mundial, vários membros da JOC em França juntaram-se à Resistência Francesa, destacando-se nomes como André Denis, Eugène Descamps, Émile Engel, Georges Montaron, Gilbert Pradet, Henri Duteil, Jean Courtecuisse, Jean Van Lierde, Jules Duquesne, Louis Alvergnat, Louis Beugniez, Lucien Croci, Marcel Guénault, Paul Guilbert, Pierre Loquet, Raymond Borme, Rémy Montagne, René-Georges Laurin, Roger Derry e Rolande Birgy.
Na Bélgica, sob a liderança de Victor Michel, a JOC deu um forte apoio às ações de resistência contra a ocupação nazi.
Entre os membros da JOC que foram beatificados, destaca-se Marcel Callo.
A Juventude Operária Católica (JOC) iniciou a sua atividade em Portugal em 1935. O movimento expandiu-se rapidamente, tornando-se o único movimento juvenil da Igreja Católica portuguesa até ao Concílio Vaticano II. Ao longo da sua história, a JOC esteve na linha da frente na defesa dos direitos dos jovens trabalhadores, apoiando campanhas reivindicativas por condições de trabalho dignas. Muitos dos seus membros tornaram-se militantes operários e cristãos, tendo alguns assumido papéis de destaque tanto na sociedade civil como no interior da própria Igreja.
Em Portugal, a JOC teve um papel particularmente relevante na oposição à ditadura do Estado Novo, destacando-se figuras como Manuel Serra.
Atualmente, a JOC continua a sua missão, uma vez que muitos jovens trabalhadores enfrentam desafios como a precariedade, o desemprego, a insegurança e a dificuldade em encontrar um propósito de vida, tanto na sociedade como na Igreja. O movimento procura adaptar a sua ação à realidade, à cultura, à linguagem e às necessidades dos jovens do meio operário.
Com mais de 90 anos de história, a Juventude Operária Católica (JOC) Portugal tem sido um movimento transformador na vida de inúmeros jovens trabalhadores. Presente em mais de 7 distritos, a nossa missão estende-se por todo o país, promovendo a formação, a participação ativa e o compromisso na construção de uma sociedade mais justa e solidária.
A nossa presença nas redes sociais reflete o crescimento e a influência do movimento, contando com mais de 3.000 seguidores que acompanham e participam ativamente nas nossas iniciativas. Além disso, ao longo dos anos, a JOC tem formado centenas de militantes, muitos dos quais continuam a sua ação em diferentes áreas da sociedade, levando consigo os valores da justiça, da solidariedade e da dignidade do trabalho.
O impacto da JOC vai além dos números. Através do método Ver, Julgar e Agir, incentivamos os jovens a analisar a realidade, a refletir sobre os desafios que enfrentam e a tomar medidas concretas para transformar o mundo que os rodeia. É assim que, há quase um século, continuamos a inspirar e a mobilizar gerações para um futuro melhor.